A RELIGIOSIDADE DE MARGARET DE YORK E A OBRA LES VISIONS DU CHEVALIER TONDAL (1475)

Adriana Maria de Souza Zierer

Resumo


O objetivo deste artigo é salientar a importância da figura feminina por meio da imagem de Margaret de York (1446-1503), duquesa da Borgonha, casada com Carlos, o Temerário e irmã dos reis Eduardo IV e Ricardo III, da Inglaterra. Margaret foi uma mulher ativa que se envolveu nas questões políticas de seu tempo e procurou defender o ducado frente às investidas do rei da França, Luís XI. Era uma mulher religiosa e ao longo de sua vida fez várias doações às ordens religiosas. Teve uma importante biblioteca com cerca de duas dúzias de livros e tinha grande apreço pela cultura e por livros iluminados. Um elemento importante é que ela é representada em várias iluminuras como uma mulher piedosa, rezando e fazendo ações de caridade. Essas atitudes, além de reforçar a sua religiosidade, pretendiam a afirmação política do ducado da Borgonha. Dentre os manuscritos que encomendou o mais famoso é a obra Les Visions du Chevalier Tondal, viagem imaginária ao Além, redigida por David Aubert e iluminada por Simon Marmion. Nesta obra é possível observar os elementos do Além-Túmulo e as concepções sobre Inferno e Paraíso. A obra foi feita como manual de comportamento para o marido da duquesa, Carlos, o Temerário e nos auxilia a compreender elementos da religiosidade medieval. Por meio de suas ações religiosas, culturais e políticas, Margaret de York conseguiu ter destaque numa época dominada pelos homens.

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Signum Revista da ABREM (ISSN 2177-7306) - Associação Brasileira de Estudos Medievais