Qorpo-Santo e a crítica à família burguesa: O inferno é aqui!

Renata Soares Junqueira

Resumo


Este artigo propõe uma reflexão comparativa entre o inferno vicentino, ou melhor, entre a porta de entrada para o inferno tal como a vemos no festejado Auto da Barca do Inferno (1517), onde os condenados são, na sua maioria, representantes da burguesia em sensível ascensão já no século XVI, e o antro inapelavelmente infernal em que se transformou o lar burguês ao longo do século XIX, depois de substituído o pretensamente democrático lema revolucionário – “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” – pelo iniludível princípio burguês da vantagem econômica a qualquer custo. É este último inferno o que nos revela, em chave cômica, o bizarríssimo gaúcho José Joaquim de Campos Leão, o Qorpo-Santo (1829-1883), de quem comentarei algumas das 17 comédias que ele escreveu no ano de 1866 – precisamente numa altura em que o Realismo se empenhava em desmascarar o bom burguês, revelando-lhe os vícios e a alma vendida ao diabo.

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Signum Revista da ABREM (ISSN 2177-7306) - Associação Brasileira de Estudos Medievais