“Cavaleiros” de hoje: o heroísmo de anti-heróis

Lênia Márcia Mongelli

Resumo


Uma vez que, desde o século XV, os navegadores europeus aportaram em terras americanas movidos, dentre outras quimeras, por sonhos cavaleirescos de conquistas, de glórias, de amores e de terras paradisíacas, não é de estranhar que o heroísmo, por eles tantas vezes manifesto e documentado nas crônicas historiográficas, nos relatos de viagens e na cartografia, por exemplo, tivesse contornos de personagens de ficção clássicos, medievais e renascentistas como Ulisses, Enéias, Rolando, Artur, Amadis ou Clarimundo – celebrizados por uma literatura de contextura épica que atravessou os tempos. Contudo, se até o século XVIII o gênero novela de cavalaria – em que pese a Cervantes e ao seu Dom Quixote – continuou a se fazer valer por meio de artifícios narrativos muito semelhantes entre si, consoante uma conjuntura estética ainda de inspiração ciceroniana, horaciana e aristotélica, o corte foi profundo a partir do século XIX e do advento do Romantismo.  Autores brasileiros importantes como Guimarães Rosa e Ariano Suassuna retomaram a matriz cavaleiresca para compor, respectivamente, Grande Sertão: veredas e O Romance da Pedra do Reino. Sirva-nos o exemplo deles para examinar a dimensão moral do “cavaleiro” que herdamos. Herói?

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DOI: https://doi.org/10.21572/2177-7306.2014.v14.n2.09

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Signum Revista da ABREM (ISSN 2177-7306) - Associação Brasileira de Estudos Medievais